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Os migrantes fortalecem as sociedades

Os migrantes fortalecem as sociedades

O Dia do Migrante 2021 é um lembrete do potencial da mobilidade humana e da necessidade de aproveitá-la. A migração contribui para o desenvolvimento econômico dos países de origem, trânsito e destino através de remessas, investimentos, comércio e compartilhamento de conhecimentos.

Por Isadora Zoni

O Dia Internacional do Migrante reconhece os cerca de 281 milhões de pessoas que vivem fora de seus países de origem. Em 2021, havia 61 milhões a mais de pessoas fora de seus locais de origem do que em 2010. Isto mostra que, apesar dos impactos da pandemia da COVID-19, dezenas de milhões de eventos continuam a forçar as pessoas a se moverem. 

Uma das maiores dificuldades para os migrantes reside nos mitos que as sociedades têm sobre eles, como as críticas de que eles não contribuem para atividades essenciais ou que ocupam os postos de trabalho dos nacionais nos países de acolhida. A pandemia da COVID-19 só intensificou tais discursos xenófobos. 

Neste contexto, o Secretário Geral da ONU, António Guterres, disse que a solidariedade com os migrantes nunca foi tão urgente como hoje. Em sua mensagem, Guterres disse que aqueles em movimento "continuam a enfrentar a estigmatização generalizada, as desigualdades, a xenofobia e o racismo".

Este ano, a data trouxe consigo o debate sobre a inclusão socioeconômica dos migrantes e os benefícios de uma migração segura, ordenada e digna. O Diretor Geral da Organização Internacional para as Migrações (OIM), António Vitorino, argumentou que para alcançar o pleno potencial da mobilidade humana duas coisas devem acontecer: os governos devem passar das palavras aos atos e incluir os migrantes, independentemente de seu status legal, em seus planos de recuperação social e econômica; e os canais legais de migração devem ser fortalecidos para que a soberania nacional e os direitos humanos das pessoas que se deslocam sejam respeitados.

"O impacto social e econômico positivo nos países onde eles vivem e os US $540 bilhões enviados no ano passado às comunidades dos países de baixa e média renda são medidas de indústria, empreendedorismo e comunidade das quais todos nós nos beneficiamos", explicou Vitorino.
 
O fluxo venezuelano e o processo de Quito

Em 2021, os países da América Latina e do Caribe mantiveram seus esforços para buscar soluções para os desafios apresentados pelo fluxo venezuelano, o maior movimento migratório da história recente da região. Em novembro, o número de refugiados e migrantes venezuelanos no mundo ultrapassou 6 milhões.  Desse número, mais de 80% (4.992.664) estão nos países da América Latina e do Caribe. 
Por ordem decrescente, os 14 países membros do Processo de Quito que mais acolhem os migrantes e refugiados venezuelanos em seus territórios: Colômbia (1,84 milhões), Peru (1,28 milhões), Equador (508,9 mil), Chile (448,1 mil), Brasil (261,4 mil), Argentina (173,2 mil), Panamá (121,5 mil), República Dominicana (115,2 mil), México (82,9 mil), Costa Rica (29,9 mil), Guiana (25,5 mil), Uruguai (15,7 mil), Bolívia (11,6 mil) e Paraguai (5.600).