COVID-19 impactou a saúde mental de refugiados e migrantes
O Peru apresentou as frentes de resposta de seu governo e, juntamente com o 0PS/OMS, reiterou como as metas regionais de vacinação foram alcançadas independente de regularização migratória.
Por Isadora Zoni
Brasília, 3 de maio de 2022 — A importância de uma resposta articulada e multidisciplinar dos governos à COVID-19 foi um dos temas centrais da Oficina Temática liderada pelo Peru, que apresentou, como país líder no tema, as principais estratégias do governo peruano para a vacinação e saúde mental da população venezuelana de migrantes e refugiados.
Por sua vez, a Global Affairs Canada, representando o Grupo de Amigos, apresentou as parcerias que tem feito com a OMS na região e seu investimento em projetos de saúde.
No caso do Peru, ficou claro que a diáspora venezuelana transformou o país que normalmente enviava migrantes, para uma lógica de país de destino. Segundo Daniel Loarte, representante do Peru, o país é o segundo maior receptor de venezuelanos na região, e o que recebe o maior número de pedidos de refúgio. Na verdade, hoje, Lima é a cidade com o maior número de venezuelanos fora da Venezuela.
O fluxo crescente tem pressionado todos os sistemas nacionais de saúde, especialmente agravados pela pandemia da COVID-19. A situação não foi diferente no Peru. Para resolver a situação, o país se comprometeu a promover respeito e direitos, independentemente do status migratório.
Direito à saúde, independentemente do status migratório
As autoridades peruanas expressaram a importância de enfrentar a crise migratória e de saúde com um espírito acolhedor e uma abordagem humanitária, proporcionando respostas eficientes, eficazes, descentralizadas, transversais e regionais, compartilhando o que têm, mesmo em situações de escassez de recursos, por meio de medidas como atenção aos migrantes, vacinação e cuidados de saúde mental.
O Dr. David Huamaní, do Ministério da Saúde do Peru, apresentou a política peruana sobre a integração dos migrantes ao sistema de saúde e cuidados em tempos da COVID-19 e lembrou que o Peru assumiu a Presidência Pro Tempore do Processo de Quito em 2020, na qual foi acordado incluir a população nacional e migrante nos planos nacionais de vacinação. Para isso, foi acrescentada a troca de informações para a socialização de boas práticas, a geração de um modelo de atenção à saúde mental e atenção psicossocial (SMAPS), a promoção do cuidado às pessoas com problemas de saúde mental e o cuidado de pessoas curadas do COVID-19 vivendo com desafios de saúde mental, trabalhadores da linha de frente e pessoas que perderam membros da família.
Resposta multinível
A nível nacional, estão sendo realizadas hoje atividades de resposta imediata aos desafios da prestação de serviços de saúde à população migrante, em coordenação com os membros das mesas de saúde mental e vacinas da Mesa Intersetorial de Gestão migratória, presidida pelo Ministério das Relações Exteriores. As ações são divididas em dois grupos de trabalho:
- Vacinas: Coordena ações para facilitar o acesso à vacinação e à saúde, composta por diversas entidades governamentais, agências da ONU e sociedade civil.
- Saúde mental: mitigação das consequências para a saúde mental causadas pelo Covid-19 e acesso aos cuidados de saúde mental, composto por diversas entidades governamentais, agências da ONU e sociedade civil.
Além disso, vários atores do governo e da sociedade civil unem forças para uma resposta mais abrangente que garanta amplo acesso a migrantes e refugiados venezuelanos aos serviços de saúde em face da COVID-19. Como exemplo, o Ministério da Saúde monitora crianças que perderam seus pais para a COVID-19 por meio de centros de apoio psicossocial.
Ferramentas e recursos:
+ Modelo de presentación CDAE-v2.
+ NOTA CONCEPTUAL EJE TEMÁTICO COVID-19 - BRASILIA 2022.
+ Salud PdQ 2022.
+ SIS. CINCO RREE.
+ Taller COVID 19 - Colombia.